André e eu.

Fomos durante anos os melhores amigos. Daqueles amigos a sério, gostávamos muito um do outro, sentávamos-mos lado a lado na sala de aula, falávamos, saíamos ao fim-de-semana, frequentávamos a casa um do outro.
Ele estava no meu top de amigos, de tal forma que colocava a nossa amizade à frente de quase tudo, para mim era preciosa.
Até um dia, dia em que o André já não era aquela pessoa que eu conhecia, estava estranho, muito estranho
Esquizofrenia. Foi um choque.
O André, aquela pessoa extremamente inteligente, amigo e meigo sofria de esquizofrenia e estava internado.
Passou muito tempo em tratamento, e quando voltou estava irremediavelmente diferente. A nossa amizade resistiu sempre, ou melhor quase sempre. A doença levava-o a atacar as pessoas mais próximas e eu fui uma delas. Ataques muito cruéis e completamente desprovidos dos sentimentos que a doença mascarou.
Acabei por afastar-me para ver as coisas de longe, e esperei que ele voltasse. Não estava chateada, nunca estive.
Esperei quase 10 anos e no dia 21 de Dezembro recebi antecipadamente uma prenda muito especial, uma mensagem do André a pedir desculpas (não tinha que pedir) e eu já tinha aceite há muito tempo.
Portanto, no ano de 2013 faço questão de não perder novamente esta pessoa que tem um lugarzinho especial no meu coração. A isto se chama amizade, um sentimento que quando é verdadeiro resiste a tudo.

Rita

1 comentário: