À alguns dias atrás no meu local de trabalho uma assistente com a qual falo diáriamente dirigiu-se a mim para esclarecer uma questão, e eu do nada reparei numa cicatriz enorme que ela tinha no braço, na qual eu nunca tinha reparado!
Inocentemente perguntei-lhe o que tinha acontecido para ter tamanha cicatriz, só não estava preparada para a resposta que ia ter...
Como habitualmente faz, ela respondeu-me a rir e super bem disposta. "Foi num acidente que tive quando tinha 13 anos, tenho inclusivamente uma placa de platina no braço desde então". Não fiz muita questão de continuar aquela conversa mas ela sentiu-se á vontade para continuar. "Pensei que soubesses, foi num acidente de carro, fiquei 10 dias em coma, fiquei numa cadeira de rodas e tive de reaprender a andar". A esta altura eu já não sabia bem o que dizer, mas ela continuou. "Ia eu, a minha irmâ, o meu pai e a minha mãe, o meu pai faleceu nesse acidente".
Caiu-me o chão nesse momento e senti uma vontade enomer de desaparecer dali. Senti-me envergonhada e extremamente desconfortável ao perceber que tinha sido eu a trazer todas aquelas lembranças ao de cima.
Desculpei-me, ainda que ela tenha desdramatizado toda a situação.
Sorriu-me novamente!
Isto tudo para vos dizer que andamos tão preocupados com a nossa vida, com a nossa rotina e com os nossos problemas que por vezes nem enchergamos o que está mesmo ali á nossa frente! Quantas vezes dou por mim a olhar para alguém, mas nem sempre para o mais importante!
Nessa noite mal preguei olho, e ainda hoje cada vez que a vejo sinto um aperto no peito.
Sem comentários:
Enviar um comentário